Eu queria contar aqui uma história de uma amizade perfeita, onde com a primeira troca de olhar vocês se conectam com a outra parte de sua alma perdida, no corpo de um outro alguém; grande baboseira. Não vou mentir pra vocês. Ah primeiro momento eu detestei essa garota. Nossa! Não! Eu odiei essa garota. Dahlia Snape, descendente de Severus Fucking Snape, A quarta de Sua Linhagem, As longas madeixas negras reluzentes de Hogwarts e a Primeira de sua Turma, era simplesmente insuportável. A garota não perdia uma nota, arrasava com os garotos, era “popular” sem fazer esforço e eu poderia ter ficado um pouco irritada, com a concorrência tão forte que eu havia ganhado. Era tudo recalque. Eu na verdade a admirava, queria me vestir como ela - poucas eram as roupas que não lhe caiam perfeitamente em seu estilo despojada intelectual-, mas não havia uma brecha para ela me notar e foi aí que decidi odiá-la. Ninguém me colocava na posição de indefesa! Eu era a caçadora naquela quebrada; de repente aparece uma magrela branquela, roubando meu território. Mostrei minhas garras de imediato e me forcei a trabalhar. Me esforcei ao máximo para ser melhor. Melhor em poções - onde eu era um desastre. Me antenei nas últimas coleções para explorar um pouco mais do meu closet e comecei a usar o meu trunfo, para ser notada quando necessário; cantar era a única coisa na qual eu era melhor que ela.

No fundo eu não a odiava. Só queria ter um motivo para passar por ela, olhar pra ela, ser notada por ela sem precisar me humilhar para sermos amigas. Ela não olhava pra mim, eu fingia não olhar pra ela. Simples. E infantil, eu sei! Mas isso foi há muito tempo e durou pouco. Rapidamente fui percebendo que haviam mais coisas em comum do que eu pensava e que as coisas que eu não gostava, era apenas por não ter experimentado, pois acabei gostando de quase tudo que ela fazia. E por fim… ela um dia ela parou em minha frente, abraçada a um livro e elogiou meu cabelo. Passei um ano da minha vida odiando a garota pra ela sequer notar e do nada, elogiar meu cabelo. Foi frustrante, mas engraçado também. Ri um pouco, devo até tê-la assustado um pouco, e daí começamos a nos falar um pouco mais.

Agora no sexto ano somos quase inseparáveis.

O salão comunal silencioso parecia chamar por nós; abraçadas pelo calor da lareira que crepita pelo ar que carrega nossas risadas abafadas. Vestidas devidamente perfeitas para uma festa de pijamas. Graças às férias, somos quase as únicas pessoas no castelo. Ficar a primeira semana das férias no castelo quase vazio, apenas para termos o tempo das garotas. Nosso ritual. Festa do Pijama quase todo dia, tortas de abóboras gelada no dormitório. Nós duas e nada mais.