Era estranho entrar pelos portões de Hogwarts depois de tudo o que havia acontecido. Aquele lugar por muitos anos foi sua segunda casa, e agora atravessando os jardins, vendo crianças e adolescentes por todo o lugar a enchia de nostalgia, era quase como se estivesse ali, não muitos anos atrás indo patinar no lago congelado com Aidriam e Marvel, ou perturbando Atticus e seu irmão, ou se esgueirando com Noah… Soltou um sorriso com esse ultimo, agora lembrar dele não doia tanto, mesmo que ainda se sentisse culpada pelo o que havia acontecido entre ela e Lúth, e se perguntava, caso Potter estivesse vivo, algum dia a perdoaria pela traição, e torcia para que sim, pois assim poderia seguir em frente.

Por fim entrou no grande castelo, seguindo para a Torre de Astronomia, onde havia combinado de se encontrar com Atticus, e também seu lugar favorito no castelo todo. Subiu as escadas, dando oi para um quadro ou outro e fazendo questão de ignorar pirraça, o qual achou que naquela altura já teria se esquecido dela.

Quando chegou no final da escadaria já conseguia ver a silhueta de Att apoiado no parapeito, tentou se aproximar devagar, na intensão de dar um susto, mas quando estava perto ele se virou, assustando ela ao invés. Você não me da uma chance né? Disse com a mão no coração, o olhando como se estivesse brava, mas logo sorrindo e o abraçando forte, pois sentia muita falta dele. Aquela era a primeira vez que saia de casa depois de semanas, ainda se sentia frágil, mas estava se forçando a sair e seguir em frente, e sentia que precisava estar perto de seus amigos.

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Atticus se senta no chão contra a parede a puxando para fazer o mesmo. Ela ouve suas palavras enquanto pegava o cigarro oferecido e o acendendo com sua varinha, dando um gole no Whisky logo depois. A loira se deixa sorrir com seu último comentário, antes de dar um trago e soltar a fumaça para cima em seguida.

Isso tudo foi tão horrível... Diz, seu olhar fixo no meio da sala. Eu sei que por ele ser um Potter seria perseguido e tudo mais, mas isso foi pura crueldade, foi pelo puro prazer de fazer alguma maldade... Suspirou enxugando as lagrimas, e tomando mais um gole do Whisky. Desculpa, eu sei que você não gostava dele e não foi por isso que queria falar contigo. Se sente um pouco nervosa, queria ir direto ao ponto logo, e sentia que naquele momento a melhor pessoa com que poderia falar sobre aquilo era Atticus que era um dos menos afetados daquela situação toda, e talvez tivesse uma visão melhor...? Ela não sabia realmente, mas esperava.

Ok, vou tentar ser direta. E ao dizer isso ela se ajeita para ficar de frente para ele, e então deu um trago mais demorado, claramente contrariando o que acabara de dizer. Brianna sempre se enrolava para falar as coisas. Um pouco antes da... noticia, eu fui a casa de Lúthien e... Era definitivamente impossível para Bri olhar para Atticus naquele momento, era a primeira vez que falava daquilo em voz alta e se sentia extremamente envergonhada por admitir, ainda mais por causa da culpa que sentia. Enfim acabamos nos beijando, e eu acho que gostei o que é pior porque foi bem antes de tudo acontecer e o Noah estava sumido ainda. Ela enterra o rosto nas mão, o cigarro preso entre os dedos médio e indicador, abafando um pouco sua ultima frase que ela fala praticamente em um suspiro.

Ela não sabia o que pensar, sua cabeça em turbilhão, era difícil pensar em tudo mas precisava tirar aquilo de dentro, e precisava ter certeza das coisas, precisava saber se estava errada em sentir tudo o que sentia, e mais que tudo, precisava saber se algum dia Noah a iria perdoar pelo o que fizera. Diante de tudo aquilo, mais uma vez, na frente de um de seus melhores amigos, começa a chorar, torcendo para que o amigo não a odiasse por coloca-lo naquela situação.