Seus passos podiam ser ouvido pelo corredor, os lembretes em formas de aviões passavam quase silenciosamente ao redor enquanto voltava à sala dos Aurores. Precisava manter as aparências, o inquérito ainda assombrava a todos na comunidade bruxa e quanto mais investigavam, mais pareciam estar afundando num caótico e complexo beco de perguntas sem respostas.
”Não tem como ser o Marvel. Ele não faria isso.” Adorava Maisie, mas sua intuição dizia que acusar o Riddle daquela forma estava sendo precipitação e preconceito de mais. Ele tinha que provar que seu… Seu o que? Que Marvel era inocente.
O que faz aqui tão tarde? Perguntou um dos seus subordinados ao loiro mas logo se calando pela expressão que o mesmo havia feito. Não precisava dar alguma explicação para ele. Desculpe. Há uma correspondência em sua mesa, não sei informar quem deixou ali.
Obrigado, Bathory. Agora pode ir pra casa, sim?

Muitos poderiam odiar ficar sozinho naquela sala mas Benjamin se sentia confortável. Ainda estava irritado para voltar para casa e havia deixado claro para a irmã em suas respostas - na realidade nas ausências das mesmas. Esquadrinhou a escrivaninha e achou o que o loiro havia falado. Era formal, até mesmo que elegante de sua própria forma e logo passou a ler.
Ordem de Morgana... Suspirou e fechou os olhos, isso representaria mais trabalho, assim como menos tempo em casa, provavelmente. E naquele momento, o melhor era arejar a cabeça antes de tomar qualquer decisão.

Ergueu-se e socou o papel contra o bolso do sobretudo antes de sair mais uma vez da sala, o celular vibrando mais uma vez e pelo tipo de vibração sabia que era a irmã mais uma vez. Por quê eu tenho um aparelho desses, mesmo? questionou ao desembarcar no Átrio, cruzando o mesmo e cruzando a lareira para voltar ao banheiro londrino e poder se encostar após sair do espaço e procurar algum lugar para beber ao menos um chopp. Marvel talvez até pudesse fazer companhia mas ao tomar rumo daquele pub próximo onde haviam se encontrado após seu interrogatório, optou por ficar só. Não estava naquele momento com cabeça para ficar sóbrio enquanto cuidava do menor.
Um chopp, por favor.

Estava sentado contra o balcão, sua mente matutava incansavelmente ainda o conteúdo do pergaminho recebido. Poderia tirar o corpo daquilo e deixar os outros resolverem as coisas. ”Isso seria uma fuga da sua própria responsabilidade. Você jurou proteger o mundo bruxo, e a mudar a imagem que as pessoas têm com relação ao sobrenome Malfoy.” O próprio pensamento o fez suspirar e beber o segundo caneco. Era de fato, não, sua responsabilidade enquanto auror?
Deixou o dinheiro e a gorjeta sobre o balcão e saiu do bar, ignorando mais uma vez o celular que agora vibrava indicando alguma ligação. Adentrou o beco e pegou a carta, relendo por uma última vez antes de incinerar a mesma, observando as cinzas se perdendo contra o ar.
Por Merlim, ou devo dizer “Por Morgana”, agora? Enfim… Seja o que tiver que ser, agora.